junho
12

Em reação à simulação da crucificação de uma transexual na Parada Gay de São Paulo (dia 7) e a manifestações de sexo explícito com imagens sagradas, parlamentares liderados pela bancada evangélica interromperam a votação da reforma política nesta quarta-feira (10) exibindo cartazes com essas imagens. Ao final, rezaram um Pai-Nosso.

Leia, abaixo, a entrevista com Daniel Sottomaior.

*

Qual a avaliação do sr. sobre a manifestação dos deputados evangélicos?
O avanço dos evangélicos é uma tragédia anunciada. Essa bancada não apareceu do dia pra noite. Há muitos anos o dízimo financia candidaturas. A reza no plenário revoltou o meu estômago, mas não me surpreendeu.

Como o sr. interpreta a ação do presidente da Câmara, que é evangélico, no episódio?
O que aconteceu ontem [quarta] não tem precedente em termos de ataque ao Estado laico. Quem interrompeu a sessão para rezar no plenário agiu ancorado no poder da presidência da Câmara, que deveria ser a defensora da Constituição. Foi a primeira vez que isso aconteceu, mas não será a última.

Por quê?
As violações à laicidade vêm se aprofundando porque nenhuma força política se opõe. Ninguém quer desagradar eleitores, mesmo que não tenha base evangélica. Ninguém quer a pecha de anticristo ou de ateu.

Qual a diferença entre esta e outras manifestações no plenário?
A diferença é que o Estado laico é protegido pela Constituição. O texto exige a separação da religião e do Estado, não do Estado e da ideologia.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/06/1641112-reza-foi-ataque-a-constituicao-diz-ativista.shtml

Deixe uma resposta