Há alguns tempo, decidi relevar para todos os que me rodeiam que não sou católica, e que tenho uma visão diferente das pessoas.
Minha mãe e irmãzinha no começo não entenderam, começaram a jogar coisas sobre Deus na minha cara, etc. Meu irmão, um homem maduro e compreensivo me disse que além de me compreender, me apoiava. Meu namorado ficou horrorizado e disse que não quer mais casar e ter filhos com uma pessoa que não acredita em Deus e o pau quebrou feio entre nós dois (tenho 3 anos de namoro), minha sogra não acreditava nisso e estava de “cara virada” para mim.
Enfim, pensar diferente dos outros não é fácil. Tem que ter peito forte para se abrir e pé firme para continuar com a posição.
Desde pequena não conseguia acreditar em Deus com a fé que as outras pessoas acreditavam, e na maioria das vezes eu usava Deus como refúgio. Como eu era pequena, eu fui induzida a fazer catecismo e primeira eucaristia. Já na Crisma eu bati o pé que não iria fazer, e não fiz.
Alguns meses atrás minha colega de faculdade me induziu a ir numa célula evangélica, dizendo que seria o “dia do amigo”, e tinha muita coisa gostosa de comer, rs rs rs … adorei, pq eles estavam eram enchendo minha pança para me fazer frequentar a célula. Enfim, como eu não frequentava nada, achei que era culpa do catolicismo e fui experimentar ser evangélica (não durei 2 meses).
Eu saía da célula puta da vida, porque o preconceito contra as pessoas que não sao cristãs é enorme, as pessoas são chamadas de pessoas “do mundo” e eles ficam orando o tempo todo para que os ateus encontrem o caminho de Deus, alem de repudiarem os gays.
Saí da célula, chutei o balde e fiz um relato enorme no facebook sobre o que vi la dentro. Resultado: a Igreja Batista Crista da Lagoinha (Bh) tooooooda me caçou, me mandou discursos de ódio e a maioria deles disse que eu vou pro inferno. Ok, malas prontas, então!
Agora, que revelei para todos meu não-posicionamento religioso, me sinto muito mais leve, menos hipócrita e com muito custo fiz com que todos que não aceitam minha descrença, me respeitem da mesma forma que respeito a crença deles.
O começo como “diferente” é muito difícil, muita gente vai te chamar de louco, dizer que você está estranho, que precisa de Deus, que o “inimigo” está te manipulando, etc. É necessário muita paciência para conviver com todas essas pessoas descompreendias.
Hoje tô aqui, feliz, muito mais tranquila que antes e lutando todos os dias contra a intolerância religiosa e homossexual e etc. Meu propósito sempre foi esse, pensar diferente para que algum dia eu possa fazer o mundo igual.
Ps: fiz meu namorado engolir tudo que disse e o assunto religião não existe em nosso relacionamento
Ps2: minha sogra reza todos os dias para que eu encontre o caminho de Deus
Ps3: minha mãe e irmã pararam de me encher o saco e aceitaram, mas sempre que podem alfinetam em forma de piada
Ps4: que se foda que não me compreende, não pedi opinião!
Thaís Destefani
destefani2310@gmail.com