Um hipotético sujeito poderoso o suficiente para fraudar uma competição olímpica merece ser enaltecido publicamente? A se julgar pela ostensiva prece de agradecimento da seleção brasileira de vôlei pela medalha de ouro nas Olimpíadas, a resposta é um entusiástico sim!
Sagrado é o direito de se crer em qualquer mitologia e dá-la como verdadeira. Professar uma religião em público também não é crime nenhum, embora costume ser desagradável para quem está em volta.
Os problemas começam quando a prática religiosa se torna coercitiva, como é a tradição das religiões abraâmicas. Os membros da seleção de vôlei poderiam ter realizado seus rituais em local mais apropriado. É de se imaginar que uma entidade infinita e onibenevolente não se importaria em esperar 15 minutos até que o time saísse da quadra.
Mas uma crescente parcela dos cristãos brasileiros não se contenta com a prática privada: para eles, é importante a ostentação, pois ela demarca o território religioso e, melhor ainda, tem valor de proselitismo. Propaganda é a alma do negócio.
Mas, no caso das olimpíadas, a publicidade é irregular por dois motivos. Primeiro porque, da forma como é feita, deixa em situação constrangedora todos que não partilham da mesma crença. É evidente que a aceitação social está em jogo numa situação dessas. Na prática, a oração se torna uma obrigação que fere a liberdade constitucional de consciência e crença dos jogadores.
Além disso, o Comitê Olímpico Brasileiro é financiado por recursos públicos –2% da arrecadação bruta das loterias federais.
O que os atletas fizeram foi sequestrar aquele privilegiado espaço publicitário, pago com dinheiro de cidadãos brasileiros de todas as crenças e descrenças, para promover atividades sectárias que só beneficiam seus fins particulares, em detrimento de todos os demais cidadãos brasileiros.
Lamentavelmente, a sociedade ainda não presta atenção suficiente a esses abusos.
Hoje em dia, pega muito mal se um cristão for converter à força um negro, um índio ou um judeu, como tanto se fez nesta terra. Mas, no que diz respeito aos poderes públicos, somos todos, sim, cristãos à força: no preâmbulo da constituição, no dinheiro, no cerimonial dos poderes públicos, na simbologia de suas repartições, nas concessões públicas de rádio e TV, na destinação de recursos públicos e até nos esportes olímpicos.
Com a sua atitude, a seleção olímpica do país deixa de representar a mim e aos milhões de brasileiros não cristãos. Ao pessoal da seleção: esse é o resultado da sua oração. Valeu a pena? Sei que muitos dirão que sim. Esse é um dos aspectos mais corrosivos da religião: priorizando pretensos seres metafísicos em detrimento dos humanos de verdade, ela só causa sofrimento.
A Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos já denunciou mais de um caso de sentenças judiciais em que magistrados se veem no direito de sentenciar cidadãos brasileiros a práticas religiosas cristãs, assim como a seleção sentenciou o Brasil a uma representação cristã. Desta maneira, não é de se admirar que 42% dos brasileiros vejam ateus com repulsa, ódio ou antipatia, o maior índice de rejeição conhecido no país.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/1142327-tendenciasdebates-oracao-da-vitoria.shtml
Depoimento de João Paulo da Silva
Olá, eu quero dizer que gosto muito da página e me identifico muito com alguns relatos e sempre mostro pra minha mãe que foi uma das pessoas que mais me maltratou quando informei sobre o fato de eu ser ateu e a decisão de largar a igreja na qual tinha um cargo muito bom.
Gostaria de relatar algo ( não sei se será postado ou não) que sofri a dois anos quando ainda estava no 2° colegial da escola.
Eu estudei em escola publica quase a vida inteira, e sempre gostei de participar das atividades de liderança em prol de melhorias para a escola e alunos. então como os conquistei a confiança dos meu colegas, logo virei presidente do grêmio estudantil e conselho de classe. a minha diretora me apoiava em tudo. até que questionei uma parte da verba que estava sendo utilizada erroneamente,a verba era pra reforma do laboratório que não estava sendo usado pelos alunos, e estava sendo utilizada pra comprar lanches e camisetas pro grupo de caminhada pra jesus nos finais de semana, algumas pessoas da comunidade e da escola se encontravam na escola e faziam uma caminhada em homenagem a cristo. desde esse momento fui banido do gremio e comecei a ser excluido das atividades de recreação como excursões e palestras. até o fim dos meus estudos. contei aos meus pais, mas como são muito religiosos, concordaram com a diretora e eu fiquei com fama de garoto problema na escola,sem nunca ter ido a diretoria com algum problema.
Fonte: https://www.facebook.com/ATEA.ORG.BR/posts/453467868017134
Depoimento de M. L.
“Olá, quero contar minha história.
Ano passado eu estava com uma doença muito séria nos olhos, ela me causava uma dor insuportável e comecei a perder a visão.
Por minha família ser muito religiosa fizeram promessas pra min nada funcionava, meu tio é evangélico e pedia pra eu acompanha lo à igreja dele lá rezavam pra mim, até falavam na linguá dos anjos. Mas nada disso adiantava meu caso só piorava, já tinha ido a um médico mas continuou do mesmo jeito. Certo dia fui no médico especializado e me internaram e começaram a fazer um tratamento . Minha dor desapareceu minha visão estava normal, assim como minha vida.
Então a pouco tempo comecei a pensar se eu estivesse esperando por ‘Deus’ estaria cego.
Fonte: https://www.facebook.com/ATEA.ORG.BR/posts/453460004684587