O Jornal de Jundiaí publicou uma série de artigos sobre crianças e Páscoa, começando com Os pequenos filhos de Deus e “Acolher não só neste dia”, que são essencialmente uma apologia à doutrinação de crianças — o que infelizmente é direito legal de todo pai. Para dar um ar mais científico à coisa, o jornal buscou a opinião de uma psicóloga, que evidentemente confirmou o que eles queriam ouvir, nos seguintes termos:
´PAPAI DO CÉU´12/4/2009 Pais devem incentivar, sim |
A psicóloga Léa Maria Lopes acredita que é dever dos pais orientar e incentivar os filhos a seguir uma religião, seja ela qual for. Em qualquer que seja a escolha, contudo, cabe a eles também uma explicação plausível e sincera da escolha. “Claro que tem coisa que eles não compreendem e, por causa disso, é necessário que a linguagem seja mais simples e adequada. A criança, no fundo, entende tudo. É só explicar”, acredita. Léa diz ainda que é saudável incentivar a criança a acreditar em ´papai do céu´ – Deus para os adultos. Depois, quando a criança ficar mais madura, na adolescência ou na fase adulta, ela pode mudar a escolha feita, a princípio, pelos pais. Mas a primeira escolha é dos pais, sempre. Ter uma religião e segui-la, muitas vezes, ajuda o adulto a lidar com frustrações, perdas e problemas diversos. “Cansei de atender adulto com problemas variados. E dá para notar uma grande diferença quando essa pessoa tem uma religião”, comenta. |
Esta notícia foi atualizada em 10/4/2009 às 18:05 |
O resultado é uma representação da Atea ao Conselho Regional de Psicologia de São Paulo.
Sim, é isso mesmo. Parece que o presidente da casa preferiu dar uma de joão-sem-braço e simplesmente deixar de recolocar o símbolo depois de uma pintura, que talvez nem fosse necessária. Ainda não sabemos. Mas já entramos em contato com o vereador, e esperamos que ele tenha agido pelos motivos certos, e nesse caso cabe um evento em sua homenagem. O artigo descrevendo o caso está no site do Jornal Primeira Hora.
No último fim de semana, o advogado Renato Ventura Ribeiro, mestrado e doutorado em Direito pela USP, onde atuava como professor, matou seu filho de cinco anos e a seguir cometeu suicídio. Segundo ordem judicial, ele só podia ver o menino a cada quinze dias. Não é difícil entender como isso pode deixar um pai transtornado. A mãe também não permitiu que ele levasse seu filho à Disneylândia, como pretendia. Esse é o drama vivido por milhões de casais separados no mundo inteiro.
A diferença é que neste caso o pai acreditava que poderia tirar a mãe de cena levando o filho consigo para o além”. Eis o que diz o trecho final da sua carta de despedida:
Não coloquei meu filho no mundo para ficar longe dele e para que ele sofresse. Se errei, é hora de corrigir o erro, abreviando-lhe o sofrimento.
Infelizmente, de todas as alternativas, foi a que me restou. É a menos pior. E pode ser resumida na maior demonstração de amor de um pai pelo filho.
Agora teremos liberdade, paz e poderei cuidar bem do filho.
Fiquem com Deus!
Sim, fiquem com o deus da mitologia cristã, mesmo que ele os leve ao suicídio e ao homicídio. É difícil não ver analogia entre um evento como esses e os atentados dos homens-bomba (incluindo os homens-avião). Em ambos os casos os indivíduos estão lutando contra condições bastante materiais para as quais vê soluções imateriais que passam pela morte. Em ambos os casos eles deixam o sofrimento de sua vida para entrar na sufosta felicidade da próxima.
Todo religioso deveria ver a morte não como o fim, mas uma passagem. Portanto, não poderia haver nada de tão ruim em morrer. O nobre advogado e os homens-bomba só levam essa idéia a sério, matando a si e a outros para chegar logo do lado de lá. Que mal poderia haver nisso? Todos os demais religiosos é que devem ser acusados de não viverem nem morrerem segundo suas crenças. Só os homens-bomba e os pais que matam seus filhos levam a religião a sério.
Não podemos deixar de lamentar profundamente como a mídia prefere ignorar a motivação religiosa do professor. Sim, é claro que o pano de fundo é o de um homem infeliz com seus direitos de visita. Essa foi uma condição necessária, mas não suficiente para atragédia. Da mesma forma, suas crenças religiosas foram uma condição necessária mas não suficiente. Nesse caso, por que se retrata o crime como resultado de apenas um dos fatores?
O assassino descreve seu ato como “o maior ato de amor de um pai pelo filho”, o que deixa claro como suas concepções metafísicas distorceram seus padrões morais além de qualquer reconhecimento. A religião impôs perda total aos conceitos mais básicos de convivência de um homem que deveria conhecê-los com perfeição, mas a imprensa se recusa a apontar o dedo para o culpado. Uma manchete mais realista seria “fundamentalista mata o próprio filho”, mas o que se vê é o mais profundo silêncio. E ainda há quem se pergunte por que os ateus devem se organizar.
O tema do III Congresso da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (ABGLT) foi Políticas Públicas e Estado Laico. Como diversos outros grupos na sociedade, o segmento LGBT tem uma série de direitos negados em função das violações à laicidade do Estado. Para discutir o assunto, a entidade levou centenas de militantes e autoridades no assunto a Belém, entre 17 e 21 de abril, e convidou a presidência da Atea para compartilhar suas posições sobre Estado laico em uma das mesas do evento. A gentileza incluiu o envio de passagens e confortáveis acomodações no hotel em que ocorreu o congresso.
A presidência da Atea recebeu hoje um telefonema do dep. federal e pastor Pedro Ribeiro, trazendo o convite para uma audiência pública que ele realizará na Câmara a respeito da concordata com o Vaticano. O deputado foi entrevistado pelo JB na matéria que foi publicada no mesmo dia em que o artigo da Atea, e foi assim que ele veio a conhecer a entidade.
Graças à Atea, a sociedade está requisitando entidades que representam os ateus para escrever em jornais de grande circulação e para ir ao Congresso Nacional. Temos representações no Ministério Público e em uma secretaria de educação, e graças à nossa ação um ateu consegue exercer um pouco mais dos direitos constitucionais que lhe cabem. Estamos fazendo história. Parabéns a todos os membros que apostaram nesta iniciativa.
Recebemos hoje um depoimento do rapaz de Aimorés, postado na seção Dia a dia. A boa notícia é que a escola decidiu dar mais liberdade aos seus alunos. Mas as más notícias são muitas:
O Jornal do Brasil não só decidiu publicar uma corajosa matéria a respeito da concordata, como também convidou a Atea a publicar seu artigo de opinião., o que merece nosso aplauso duplo. Além de desafiarem o silêncio do restante da mídia, eles fizeram história com o primeiro texto de uma organização atéia no país.
Em compensação, dias depois a campanha dos ônibus foi barrada em Berlim. Não se pode ganhar todas.